terça-feira, 29 de novembro de 2011

COSTUMES "CURIOSOS":

O primeiro "cachinho", virou "relíquia."..
Esta mecha de cabelo, que virou um "cacho" com o decorrer do tempo, 
foi cortado por volta de 1943. Era costume, então, guardar-se  uma
 mecha do primeiro corte . Minha mãe guardou o meu, que é esse
 da foto..  Eu, que sou uma "preservadora" do passado, ainda o 
tenho comigo.Curioso costume, não?  (Imagem: Lúcia Paiva).

No último mês de maio, dia 18, fiz uma postagem com um título imenso. Esse, que aí está, abaixo:

ALFAZEMA, no PORTA-INCENSO, perfumando:
MANDRIÕES, CUEIROS, MANTAS, CAMISINHAS de PAGÃO...
...e o aroma no ar !!!

Naquela postagem, eu já insinuava que o povo cearense tinha, de acordo com o meu pouco conhecimento e a minha memória, alguns costumes bem arraigados, herdados de nossos colonizadores, os portugueses, do povo africano, que veio "de roldão", para cá, e do nosso  indígena, nativo, os verdadeiros  DONOS, DA TERRA...

O porta-incenso, que pertenceu às minhas avoengas, e
que minha mãe usou, para "incensar" os enxovais dos
seus seis filhos. Hoje, ele está em "meu acervo" de 
relíquias da família. (Imagem: Lúcia Paiva)

Tenho imenso prazer quando trago, à tona, os costumes que absorvemos, no decorrer da vida, não importa de qual desses três povos citados. Estão todos eles tão intrinsecamente  ligados, que não sabemos definir , muitas vezes, de onde veio determinada "herança cultural" : se do índio, do português ou do negro africano...

Aquele costume, de "passar" todo o enxoval de cada filho que nascia, pelo incenso de alfazema, mesmo sem eu ter visto, por ter sido a última filha a nascer, para mim é inesquecível, porquanto, todo o ritual que foi feito quando do meu nascimento, me foi passado, pelos meus pais...anos depois. O porta-incenso, permaneceu na família, como se fora para "confirmar" mais essa parte, da história familiar. 

Um outro costume, que havia lá em casa (como em inúmeras outras, bem sei!), era quando uma mãe resolvia cortar, pela 1ª vez, o cabelo de sua criança, especialmente quando se tratasse de uma menina. Acontecia algo semelhante ao que ocorria quando da extração de um "dente de leite". Na minha época de criança, o dente era tirado "amadoristicamente", ou seja, "na marra", "à força"...era um ato "violento"(?),.. enfim... Naquela época, não se levava uma criança ao dentista, que eu me lembre, para esse tipo de procedimento odontológico. O processo de extração, de um dentinho de leite, era "executado" em casa mesmo, ao menos na minha casa e na casa de minhas amiguinhas do bairro...
Depois que o dente de leite estava solto, na mão, sem nenhum sinal de higiene , banhado de um "líquido púrpuro", seguia-se um ritual inesquecível: mirando para cima de sua própria casa, a criança arremessava o branco dentinho de leite, com a maior força que  podesse ter, para alcançar o telhado, proferindo, ato contínuo, o ingênuo e "esperançoso" versinho que se segue:

"Mourão, Mourão,
toma este meu dente,
e me dá um são"!
(obs.: nunca soube, quem era esse "Mourão " ! )

Eu procedia assim, a "mando" de minha mãe, depois de um sofrimento atroz, ao arrancar o meu dentinho de leite. Analiso hoje, a cena que antecedia o arremessar do dente e vejo que,  amarrar com  linha de costura um dente de leite para ser extraido, de um só puxão... era uma "tortura"  bastante "inocente"...ai, ai, ai, ai, ai ...! 

Porém, creio que as mães não o faziam por mal, era "costume"...  As mães, certamente, "ignoravam" outra alternativa para  tirar o dente de leite, que "amolecia" na boca...
................... 

Agora sim, vou contar sobre o 1º corte do meu liso, louro e pouquíssimo cabelinho "virgem"...
É, esse cachinho da foto, é meu..Não sei se sabem, mas mesmo que um cabelo seja liso, como era o meu, depois de cortado e bem amarrado (como fazia minha mãe), com o passar do tempo, a mecha vai ficando cacheada, como se crespo fosse o cabelo... 

Esta foto é de 1943 . Aí, o pouco cabelo, fino e
 liso,  já está cortadinho. Eu chorara tanto que 
  minha mãe me entregou sua bolsinha de  
moedas, para eu ser "retratada", no
estúdio, sem choro...
(Obs.: a minha foto, está precisando ser restaurada..)

Minha mãe guardou sempre o cachinho de meu cabelo, enquanto viveu. Então, não seria eu a jogá-lo fora! Passou, portanto, a ser mais uma "relíquia"  que vem me reportando à primeiríssima infância, como tantas outras saudosas lembranças...

Agora, os costumes são bem outros... Mas, convenhamos, guardar um punhado do primeiro cabelo cortado, bem amarradinho, virando um cacho, e se tornando uma "relíquia"..."só doida", viu?...que nem mamãe e tantas outras mães,"corujas"...
...Como a DONA MAZÉ !!!


CONFESSO: no "diário do bebê" do meu único filho, há uma 
página - "cabelinho do bebê" - onde colei uma mecha, amarrada, do primeiro corte de seu cabelo. Era liso e claro, como o meu, 
vindo a se tornar um "cachinho", também...
Como os tempos eram outros, o álbum, todo ele uma relíquia, contém quase todas as informações de seu primeiro ano de vida.
Guardo-o,carinhosamente, como qualquer outra "mãe coruja"...
.
HAJA CURTIÇÃO MATERNAL !!!
TODAS AS MÃES, SÃO "DOIDAS"... por seus filhos!!!






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Obrigada, amigos! Estou indo.............mas volto!  Um abraço!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

ARRUANDO, NO FLAMENGO...

EM CADA PEÇA, UMA HISTÓRIA !!!   


Ela é pequena e jeitosa. Tem, mais ou menos, a metade do meu tamanho, na altura, claro...Vejam só, a gavetinha e os dois escaninhos abaixo. Uma graça, pra mim!!!
As quatro pernas, magrinhas, são "calçadas",  por quatro carretilhas, para que ela possa ser deslizada, suavemente, para o cantinho que  eu desejar, pois tem a largura de duas mãos infantís, até parece uma menina: é leve, solta e serelepe...
Quando a ví, logo me apaixonei....!!!

Não tenho  certeza do ano em que a vi, pela vez primeira. Lembro-me bem que eu estava recém- chegada ao Bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Antes, eu morara em Botafogo, também no Rio. Então... deveria ser... em torno de 1984....parece-me...

Meus móveis de sala, são todos de madeira semelhante a desta mesinha, com a mesma cor de verniz - marrom escuro. Dois, de meus móveis de sala, foram comprados em Antiquário : uma cristaleira e uma estante onde tudo se põe, para tornar o ambiente aconchegante  e gostoso de se estar...na morada...(namorada???)...

Faltava, para compor meu cenário doméstico, uma pequena mesinha para o tão útil telefone. Antes da chegada da mesinhas, mantinha  o telefone num cantinho da  prateleira mais larga, da  estante da "sala de estar"...
Procurara muito, uma mesinha para o telefone, mas nenhuma me agradara, nunca combinava, com o que eu já tinha na sala.
Naquela altura, década de 1980, eu tinha uma amiga, amiga de meu marido desde a terra natal de ambos, Goa ( Índia), que trabalhava no Consulado Britânico do Rio, naquela época funcionando (não sei se ainda está lá) numa  antiga e bela edifícação da  Praia do Flamengo...

Certa feita, aquela  amiga  me informou que a "direção" do
consulado iria trocar, como fazia periodicamente, alguns móveis, tapetes cortinas e outras peças das suas dependências , e que, portanto, tudo a ser substituido, deveria ser posto à venda ou descartado...
Como aprecio "quinquilharias", de boa qualidade e que sejam bonitas, ao meu gosto, fui ao Consulado Britânico. passar um "visual" no que era oferecido. Comprei um tapete, apenas, nada mais me interessou.  Depois de pagar, quando já ia me retirando, despedindo-me da amiga, batí o olho numa pequena mesinha, afastada..."abandonada"...
Perguntando sobre o seu preço, soube que, além de não está à venda, seria jogada fora, como "sucata". ...Acreditem!!!

Num ímpeto de alegria, que costumo ter nesses momentos de "achados", perguntei se eu poderia sair com a mesinha, pela porta principal. Aliás, uma porta Magistral! Quem conhece aquele antigo e  lindo edifício da Praia do Flamengo, há de concordar comigo. Fica numa esquina curva...tem portas maravilhosas...e outros araabescos...na fachada...
Pois bem, eu tinha receio de ser detida,  arrastando a mesinha, "arruando", literalmente, como quem está furtando,  fugindo...

Calculei os quarteirões que eu teria que percorrer, à pé, do consulado ao meu apartamento da Rua Senador Vergueiro, no bairro Flamengo. 
Tendo eu,  então, uns 42 anos de idade, bem disposta e feliz com a mesinha bonita  (e grátis), em plena Cidade Maravilhosa, onde ninguém se  mete na vida dos outros (nessas "coisas"!)... eu estava achando  tudo ...PERFEITO!!!
Mas eu não estava saindo de um lugar "qualquer", eu estava 
saindo de um consulado, ainda por cima  o britânico,"puxando" uma mesinha de telefone...fazendo muito barulho, com o atrito das "sapatilhas" de ferro, feito uma "cadeirinha de arruar"...
...............

Minha gente, no momento, estou embalando peças, trocando peças, para me mudar de casa. Retirei o telefone de cima da mesinha, desocupei os dois escaninhos, onde sempre ficam os catálogos telefônicos, limpei a gavetinha, onde guardo minha agenda particular com números de telefones de parentes e amigos.
Amanhã, vem o marceneiro para envernizar, dentre outros móveis, minha querida mesinha "andante"... 
Fotografei-a assim, sem nada, completamente nua, apenas com  seu simples "charm" inglês...


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Já vou, mas prometo que volto.......Um abraço!

















segunda-feira, 14 de novembro de 2011

GESTAÇÃO : DE FEVEREIRO A NOVEMBRO...9 meses

A CADEIRINHA FOI A "TERMO"... 
 ...MAS EU "VIM" DE CABRIOLÉ !!!



Há dias, lendo uma postagem (de 01/11/11) no blog Fortaleza em Fotos e Fatos, da Fátima Garcia, sobre Cabriolet, veio-me a inspiração de usar essa imagem para comemorar a ultrapassagem, deste blog, Da Cadeirinha de Arruar, de sua 50ª postagem, dos mais de 160 seguidores e dos mais de 20 mil acessos, considerando os 9 meses transcorridos: do mês de fevereiro ao mês de novembro, equivalente a uma... GESTAÇÃO HUMANA...
Este resultado, em números, devo a todos os que me prestigiam com suas visitas e comentários sempre tão carinhosos, carregados de amizade... 
Meus agradecimentos sinceros, a todos, bem do fundo do meu coração.

Amigos, marcando este "tento", hoje publicarei um outro poema de meu irmão, José Maria (B.dePaiva) : BALADA DO ANIVERSÁRIO DE LÚCIA. Esse poema não foi feito para mim, mas, lembro-me bem de que,  quando o livro PALAVRAS E COISAS , no qual está inserido esse poema, chegou às minhas mão, em 1958, sentí-me homenageada pelo mano...("...ela que tem o nome de minha irmã caçula e como todas as lúcias...(...)....". Este poema, fora dedicado à sua amiga Lúcia... minha homônima...!
Adolescente, eu, com 16 anos em 1958, "roubara", para mim, aquela dedicatória... 

O POEMA...

BALADA DO ANIVERSÁRIO DE LÚCIA
(para Lúcia)

... ela a dos olhos pequenos e simples
... ela a dos cabelos louros e medievais
... ela que vive realista os poemas antigos e
                                   [as músicas clássicas.
... ela lúcia, com letra minúscula, que possue
                alma maiúscula e mãos de outono.

... ela que tem o nome de minha irmã
    caçula e como tôdas as lúcias do 
    mundo tem intelectual firmeza no
    falar e singela lembranças dos anjos
    de Miguel Ângelo;

    no dia de hoje, décimo quarto do 
    penúltimo mês, reunidos no tempo e no
             ex-tempo, eu quero-te fazer um poe-
             ma moderno;
    mas que tenho eu para te encomendar um 
    poema? Nada, a não ser eu próprio, sem
    música
              e sem lágrimas...
    então façamos a receita dos versos...
    para que tu encontres um futuro feliz
    partindo deste aniversário para o
    amanhã, e do amanhã voltando
    para o ontem, o que seria preciso?

    bem... tiremos do vigésimo século um
    "blue" que não tenha a incompetência
    dos americanos brancos, mas dos negros
    tenha uma melancolia que não seja 
    dor, mas paz...
    roubemos, de repente, o perfume mais
    alvo da primavera...
    e todas as côres dos mais belos "pôr de 
                                          [sol"  da vida...

    e a graça da luz - andando gorda e de
    prata - vestida de lua do céu....
    e o bordado mais brilhante que as ondas
    desenham nas  praias...
    e a pureza da flor mais bonita do
    campo, da mais inocente, daquela
    que as abelhas só encontram em
    noite de Natal.

    e finalmente, que uma canção de ninar
    de Brahms se aproxime de ti, no teu dia
    mais gláuco, cantada em cores e sons, por
    revoadas de anjos (de menos de um mi-
    nuto)

    e te embale boa e calma, através
    de todas as constelações do Universo,
    e que Deus, quase dormindo (de velhinho)
    Te abençôe por todos os séculos dos sé-
    culos. Amém.


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NOTAS
1- Mantive a ortografia e a configuração originais do poema, na época: 1958...

2- A releitura desse poema, hoje, trouxe-me um importante conforto, como se o mesmo tivesse  sido feito bem recentemente e direcionado a mim...na quase totalidade das palavras alí contidas...
Assim, o sentí !!

3- Coincidentemente, hoje é o dia "décimo quarto  do penúltimo mês"...dia do aniversário da "outra" Lúcia ...que eu nunca conheci...
Veio-me a curiosidade de perguntar, ao meu irmão poeta, qualquer dia desses, se ele conhece o "paradeiro" da minha homônima...

4- Quero registrar, aqui, meus sentimentos de imensa gratidão, pelo generoso apoio dos meus queridos amigos, que vieram me trazer alento com palavras de carinho e prova de amizade, em seus comentários, quando incluí, na postagem anterior, o comunicado  da "partida" de meu marido, companheiro  em  mais de três décadas...
 
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Estou indo, amigos.....mas eu volto.Um abraço!




domingo, 6 de novembro de 2011

NOVEMBRO: DUAS CHEGADAS....UMA PARTIDA!


O BERÇO ?... FORTALEZA !!!
O CENÁRIO ?... ESPLÊNDIDO !!!
O Theatro José de Alencar , centenário (1910), em foto de 1931.
(Arquivo: Nirez)
Era o dia 6 de novembro de 1932, quando nascia, em Fortaleza, José Maria Bezerra  de Paiva, meu irmão mais velho; a 7 de novembro de 1895, nascera José Joaquim de Oliveira Paiva, meu pai, também em Fortaleza; quase na virada do ano 2..000,  no dia 24 de novembro,  Carlos Alberto Bezerra de Paiva, meu irmão mais novo (dos filhos homens), "despedia-se" da terra em que nascera...FORTALEZA!!!


- José Maria , completa hoje, portanto, 79 anos de idade;
- José Joaquim, meu pai, viveu 82 anos ; amanhã, será seu 116º aniversário de nascimento;
- Carlos Alberto, viveu 64 anos; no próximo dia 24, será o 11º ano de sua  "partida" . A 6 de junho passado, foi seu 75º aniversário de nascimento...Quanta saudade, mano, quanta saudade, papai!!!


Há dias, pensando na publicação de hoje, lembrando das comemorações gerais, como no dia 2, Finados, e 15, Proclamação da República no Brasil, neste mês de novembro, veio-me o desejo de homenagear esses três homens que tanto significam para mim. 
Pelo imenso Amor desses três cearenses ao Ceará, e particularmente à Fortaleza, me faz trazer aqui hoje imagens da Terra Alencarina, que lhes serviu de Berço.
São, os três, artistas da Palavra, porquanto muito escreveram  em prol da terra amada: J. Paiva, meu pai, foi jornalista e militante político/social ; Carlos Paiva, foi jornalista, publicitário e teatrólogo; José Maria (B. de Paiva), é teatrólogo, escritor, poeta... 
E, por falar em poeta, vou brindar os amigos, após as imagens e vídeos da nossa terra , homenageando os três, com um poema de José Maria ao irmão Carlos Alberto, feito por volta de 1958, quando ambos estavam em plena juventude, cujo título é "O  HOMEM ALEGRE". Quero mostrar  Beleza com Alegria aqui, hoje!
Naquela  época, anos finais das década de 1950 e 60, ambos viviam no Rio de Janeiro, estudando e fazendo teatro. No entanto, sempre retornavam à sua terra natal, por longas temporadas.  Da mesma forma que, ainda hoje, faz José Maria (B. de Paiva), que reside e Brasília: volta e meia, vem à Fortaleza...


NOTA: no dia 14 de agosto do ano passado, "partia" dessa vida, meu outro irmão, José Maurício, que nascera a 2 de fevereiro de 1936, também em Fortaleza. Conhecia a cidade como poucos: foi estafeta, entregou telegramas por longos anos, vendo crescer sua terra amada... Para o mano Maurício, farei postagem especial, em momento oportuno. Foi também, como os demais, meu amigo e parceiro...Saudades !!!

COM CARINHO, ao meu pai e aos meus irmãos,
a  FORTALEZA de seus TEMPOS!!!

Reportagem  no jornal O Povo, do dia 9 de março de 1942, 
anunciando a vinda do diretor americano Orson Welles ,
  quando este veio à Fortaleza ,em plena 2ª Guerra Mundial fazer
 um filme com os jangadeiros cearenses. O Filme, " IT'S HALL TRUE",
ficou inacabado.  No entanto, depois de muitos anos o material fimaldo
.foi recuperado  e editado em vídeo.Há também alguns livros escritos 
sobre esta vinda de Welles na capital cearense na década de 1940...
O vídeo se inicia  com um depoimento de Orson Welles, 
seguindo-se com o depoimento de um pescador filho de
um dos pescadores que participaram do filme (documentário).
Só então é mostrado  a filmagem da época (1942), na praia 
do Mucuripe,  em que se assiste  a toda a construção de
uma jangada, o momento em que ela é lançada ao mar,  vendo-se
também as mulheres dos pescadores a fazerem bordados
e renda de almofada de bilros, que estão sentadas na areia
da praia, à espera  da chegada de seus maridos que sairam
para pescar em alto mar...
Volta da Jurema, na Praia do Meireles...ainda com os belo coqueiral
da minha infância... Hoje,  as terras onde havia o  coqueiral, em toda a
orla marítima foi substituido  por imensos "Arranha-Céus".... na avenida 
chamada de Beira-Mar...( Foto: Arquivo Nirez)
A Fortaleza de 1937...vendo-se a Sé antiga, que foi demolida 
em 1938....(Foto: Arquivo Nirez)
Vista aérea da Fortaleza de 1939..no centro vê-se o Parque da
Liberdade. com seu belo lago,  Lá distante, a Praia de Iracema...
(Foto: Arquivo Nirez)
Praça do Ferreira, no centro de Fortaleza, com sua antiga Coluna da
Hora e vendo-se o prédio do Cine Majestic.
(Foto: Arquivo Nirez)
Edinardo, o autor desta música, participou de intensos
movimentos musicais, na década de 1960, tendo sido
comtemporâneo e amigo de meu irmão Carlos Paiva,
na luta por uma Fortaleza fiel às suas raizes e pela
manutenção e preservação de seu patrimônio  artístico
e cultural, tanto material como imaterial....
O autor da música do Hino do Ceará, o Maestro cearense
ALBERTO NEPOMUCENO (1864-1920), era primo de
meu pai.  Seu avô, João Francisco de Oliveira (de quem
tratei em post do dia último 23/08), era meu bisavô paterno.
Sua mãe, Maria Virgínia, era irmã de minha avozinha Rosa,
 a  "fazedora de compota"...assunto da última postagem...
O autor da letra do hino, Thomaz Lopes e a cantora,
Aparecida Silvino, também são cearenses...

Eis então o poema, de um mano a outro  mano...

O HOMEM ALEGRE
Para Carlos Alberto Paiva

O homem alegre 
           aparece com o sol.
O homem alegre aparece.
O homem alegre é o sol.

Quando todas as lendas reviverem
Principalmente as lógicas
Ficará a lenda do homem
                              alegre
Para esperança ou consôlo das
                     lágrimas e guerras.
"Se na hora da morte os homens
                                  rissem
A própria morte seria um sorriso
    E o cadáver um momento
    não um egoísmo".
Essas são palavras do homem alegre
O homem alegre,
    homem paz,
    homem espelho do homem.
Ele ri
      canta
      vôa 
      e fala.


O homem alegre é a criança
        ou o filósofo grego,
quando devia ser todos os
                               homens do
                               mundo.


O homem alegre é o palhaço
                          é o vagabundo
                                é o poeta
Ele é árvore
                flor
                pássaro
                e sonho.
O homem alegre é você ou eu;
às vezes o homem alegre é deus
          em você, em mim;
          é a criança
          é o velho
O homem alegre é o mundo,
             sem guerra e sem paz
(Quando surgir a definição de paz
    os homens procurarão por outra
    palavra)


Que bom eu no mundo sem nada,
apenas com o homem alegre vivendo!


( O poema O HOMEM ALEGRE, é de autoria de B. de Paiva (José Maria), meu irmão, e foi publicado no livro PALAVRAS E COISAS, do mesmo autor, no ano de 1958, no Rio de Janeiro, nas Edições do Teatro Rural do Estudante.Mantive a grafia e a disposição gráfica do poema O HOMEM ALEGRE)

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RECADO:
Parabéns," mano véi", pelos 79 anos  bem vividos e 
sofridos,completados hoje, 06/11/11. Ano que vem, eu farei 70 e você 80... sugiro então  que a gente faça um bolo de 150 "velhinhas", para que, em  único sopro, juntos os dois, mostremos que somos, ainda, uma... FORTALEZA!!!
Sua mana caçula,                                                   
Lúcia Maria...
Fortaleza, 06 de Novembro de 2011.

P.S. 
De presente, mano, minha última foto, registrada por minha "consogra", Fátima, numa viagem que fizemos à Redenção. 
Veja: "assumí", de "fato e de direito", meus cabelos brancos, para não "destoar" dos seus, na nossa festa de aniversário, no ano vindouro>>>
OBSERVAÇÃO:  Redenção,(para quem não conhece o CEARÁ),
 é um município pequeno, distante  55 km de FORTALEZA. 
 Foi  o lugar  pioneiro na Libertação dos Escravos, no Brasil, ou  seja
 5 anos antes da Princesa Isabel  assinar a Lei Áurea, em 1888.
Fátima Garcia (autora dessa foto) postou em seu blog, Ceará em Fotos e Histórias,
  todo o tema pesquisado por ela  nessa nossa viagem à Redenção( Maciço de Baturité)
A data da postagem , no blog da Fátima, sobre Redenção, é: 25/08/2011...            
Além desse blog , minha consogra mentém
outro extraordinário blog: > Fortaleza em Fotos e Fatos.
A casa que aí aparece, bem interiorana, é de uma prima da Fátima, que
 gentilmente  nos  hospedou, por maravilhosos 3 dias...para  que nós
desvendássemos  as histórias e as belezas do Maciço de Baturité.
Vale à pena CONFERIR as 4 postagens do mês de Agosto e,
(quem sabe?) acompanhar os dois excelentes blogues...Eu sigo! 



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Já estou indo.........mas eu volto. Um abraço!


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P.S. (2)


OUTRA PARTIDA, EM NOVEMBRO...
...IRONIA ???
Meus diletos amigos, seguidores,comentaristas. devo dizer que,
a matéria que hoje publiquei, eu a havia concluído no dia 3 de novembro último. Ironicamente, neste mesmo dia 3, por volta das 9 horas da noite, quis  o "destino"  (Deus?) , que  eu sofresse o impacto de outra perda...
Meu marido, companheiro, amigo, que não era brasileiro mas português de Goa (India), a quem me uní em cerimônia, civil e religiosa, no dia 28 de junho de 1980, "despediu-se" da vida,  de forma inesperada.. Seu coração "apagou" tão repentinamente, como aquele coração que se desenha na areia da praia...
Imagem do blog ' Coisas do Coração c? '
A aliança de ouro, que eu havia colocado em seu dedo anelar esquerdo , há mais de 30 anos, hoje repousa junto àquela outra aliança  de ouro  que ele colocara em meu dedo anelar esquerdo.
Esse gesto, que automaticamente executei, momentos após anunciado a batida final do seu coração (tão amado e tão amante),
sempre representou, simbolicamente , a viuvez...de qualquer um dos cônjuges. Quis adotá-lo, portanto, como o fizeram minha mãe, minhas avós...ascendentes outros..
Já não o tenho ao meu lado, mas fica a intensa saudade nas lembrança de tudo que juntos compartilhamos...As duas alianças, unidas em minha mão esquerda, ficarão sempre como um símbolo de nossa união... dos momentos de tristezas e de alegrias vividas...



Foi assim....não foi???

Adeus, AMOR, agora... resta a SAUDADE! 

       
+ + + + + + +

Voltarei, amigos...um abraço!