quarta-feira, 27 de abril de 2011

LETRAS das 7 CANÇÕES que a MAMÃE mais CANTAVA - V I

Estamos quase concluindo, esta série, de 7 letras, das canções que
minha mãe, Dona Mazé, mais gostava de cantar. A de hoje, que é
a de nº6, não se assemelha às outras cinco, que aqui já foram
publicadas.
A cantiga de hoje, é quase uma canção de ninar, por ter ela
acalentado toda a infância das 3 Marias da Mazé: Zélia Maria,
Margarida Maria e Lúcia Maria. Além de nós 3, nascidas nesta
órdem, mamãe já tinha 3 meninos: José Maria, José Maurício e...Carlos Alberto...(?)
Aqui, preciso contar um inusitado episódio, entre marido e mulher. Pois bem: Minha mãe, que se chamava Maria José e era 
casada com José Joaquim, fez uma proposta ao meu pai, 
quando nasceu o 3º filho - procederem a um sorteio ,com 3 nomes,
sendo que, em um deles, não teria o "José"....Assim foi, então: José
Alberto, José Carlos e Carlos Alberto. 
Papéis escritos, dobrados, sorteio feito: o papel retirado foi o de Carlos Alberto. Dizia minha mãe: -"saiu o nome que eu queria, já tenho muito José !!! "...

Possuo uma boneca biscuit, francesa, que pertenceu
à minha tia Carmelita, irmã de meu pai. Não a
fotografei, para ilustrar este post, por ela está precisando de boa restauração. Minha
tia nasceu em1897, esta boneca, acima,
"salva" da Wikipédia, é  biscuit, francesa, sendo
de cerca de 1870...


Letra da Canção nº 6


BONECA DE PARIS

Eu tenho uma bonequinha assim
Que veio de Paris pra mim
Com lindo e bom chapéu
E tem como de moda um véu

Se eu ponho ela de pé não cai
E diz também mamãe papai
Porém um dia sem razão
Ela escorrega e cai no chão

Quebrou o narizinho e o pé
Perdeu porém a fala até
Não fala mais mamãe papai
Meu Deus que susto tive ai ai

Mandei chamar a um doutor
Para receitá-la por favor
Curar a linda bonequinha
E ela não sentir mais dor

Então esse doutor que faz
Remédio e não sei que mais
Tratou da linda bonequinha
À qual êle mesmo curou

Agora êle é meu doutor
Porque sabe curar sem dor
Qualquer Boneca de Paris
Que cai e quebra seu nariz

*******

NOTA: Esta letra , da Boneca de Paris, é exatamente a  que
mamãe cantou, durante a infância das filhas e
das netas. Muitas vezes cantava como qualquer
outra canção... Mesmo com as filhas já adultas, a  
ouvíamos cantarolando pela casa...

Existem muitas versões,da Boneca de Paris.   
Como se trata de uma cantiga infantil, de autor
desconhecido, como é a maioria delas, há liberdade,
na modificação da letra . As gravações, que eu tenho
ouvido, não têm ,   
 inclusive, a mesma melodia da "Boneca
de Paris" que Dona Mazé  cantava...


*******

Dentro de alguns dias, publicarei a Canção de Nº 7.....
Eu volto,...................um abraço! 
















           

domingo, 24 de abril de 2011

LETRAS das 7 CANÇÕES que a MAMÃE mais CANTAVA - V

Passamos do meio... esta, é a Canção de nº 5, das 7, que a mamãe
mais gostava de cantar. Antes de transcrevê-la, porém, quero lhes
mostrar a  igreja que a "viu" nascer, no antigo bairro do Outeiro,
à margem do Riacho Pajeú, em Fotaleza: Igreja do Pequeno
Grande, anexa , desde 1903, ao Colégio da Imaculada Conceição,
onde ela estudou  por alguns anos..


Foto antiga, da Igreja do Pequeno Grande,inaugurada em 1903. 
À esquerda, do templo, o Colégio da Imaculada Conceição,
onde minha mãe estudou, por alguns anos...
(Foto da Galeria de fotos do Windows) 



Foto atual, da Igreja do Pequeno Grande, com o Colégio da Imaculada Conceição.
  A igreja foi inaugurada em 1903, há mais de um século, portanto...
(Foto da Galeria  de fotos do Wimdows)



A bela Igreja do Pequeno Grande, com sua imponente arquitetura neogótica...
(Foto da Galeria de fotos do Windows)

Agora, sim, a letra da canção de nº 5, Ave-Maria,
cujo autor é Erothides Campos . Cantores
famosos, como Augusto Calheiros e Francisco Alves, a
gravaram, na primeira metade do século XX. A última
gravação, de que tenho conhecimento, foi a de Jair Rodrigues,
mais recentemente.

Letra da Canção 5

AVE-MARIA

Autor> letra e música: Erothides Campos

Cai a tarde tristonha e serena
Em macio e suave langor
Despertando em meu coração
A saudade do primeiro amor
Um gemido se esvai lá no espaço
Nesta hora de lenta agonia
Quando o sino saudoso murmura
Badaladas da Ave-Maria

Sino que tange
Para amenizar a saudade
De um tempo que vivo a sonhar
Mil ventura suave harmonia
É minh'alma ao som da Ave-Maria

Estes sons de profundo mistério
Faz pulsar meu fiel coração
Quando penso tão triste sosinho
Num passado de grata ilusão
Eu me lembro das tardes de outrora
Que contigo sonhava poesia
De um amor que fiel te jurava
Ao murmúrio da Ave-Maria

Sino que tange
Com mágoa dorida
Recordando o sonho da aurora da vida
Dai ao coração paz e harmonia
Na prece ao som da Ave-Maria

No alto do campanário
Uma cruz simboliza o passado
De um amor que já morreu
Deixando um coração amargurado
Lá no infinito azulado
Uma estrela formosa irradia
A imagem do meu paasado
Quando o sino tange Ave-Maria

******

NOTAS : 1). Na postagem do dia 16/04, passado, há um
comentário, de Vera Lúcia, em que diz ser  a canção,
O Jangadeiro, de autoria de Stefana de Macedo.
Fica aqui, portanto, o registro.
                  2). A letra da canção postada hoje, Ave-Maria,
foram gravadas, pelos cantores, contendo um menor
         número de versos. Esta versão, aqui postada, com mais versos, era a que mamãe sempre
cantava. Desconheço, qual a composição original,
criada por Erothides Campos.





Voltarei ,em breve, com a canção de nº 6................um abraço!



















quarta-feira, 20 de abril de 2011

LETRAS das 7 CANÇÕES que MAMÃE mais CANTAVA - I V

A CASA BRANCA DA SERRA

Escolhí esta belíssima casa branca, para ilustrar a matéria de hoje.
Imaginemos que ela foi a "inspiração" do poeta  Guimarães Passos
que, em 1880, escreveu o poema A Casa Branca da  Serra.
(Foto "salva" da galeria de fotos do Windows)
(Créditos para o blog MPB CIFRANTIGA)

A letra da canção de hoje, A Casa Branca da Serra, é das mais
populares modinhas de antigamente, no tempo de minha mãe,
 Dona Mazé, sendo uma de suas prediletas. Por tal razão,  a incluimos no CD comemorativo de seu 1º Centenário de Nascimento, transcorrido em 13 de abril de 2008.
Grandes cantores gravaram A Casa Branca da Serra, que
se ouvia nas chamadas serenatas. O poema, de Guimarães Passos,era
muito recitado nos saraus. A letra foi musicada por Miguel Pestana, passando, então, a ser cantada por Vicente Celestino, Carlos Galhardo e outros cantores famosos, da primeira metade do século XX.

Letra da canção 4

A Casa Branca da Serra

Na casa branca da serra
Em que eu  fitava horas inteiras
Entre as esbeltas palmeiras
Ficaste calma e feliz
Aí teu peito me deste
Quando pisei tua terra
Aí de mim te esqueceste
Quando deixei teu país

Olhei-te um só momento
Desde esse feliz instante
Tu me ficaste constante
Na vista e no pensamento
E mesmo se eu não te via
 Passava horas inteiras
Vendo-te à sombra erradia
Entre as esbeltas palmeiras

Falei-te uma vez e calma
Tu me escutaste mas logo
Abrasou tua alma ao fogo
Que abrasara minh'alma
Transfigurada e feliz
"Sou tua" tu me disseste
Depois de mim te esqueceste
Quando eu deixei teu país

Nunca te visse eu formosa
Nunca contigo falasse
Antes nunca te encontrasse
Na aminha vida enganosa
Por que não se abriu a terra
Por que os céus não me puniram
Quando os meus olhos te viram
Na casa branca da serra

Embora tudo bendigo
Essa ditosa lembrança
Que vem me dar esperança
De unir-me ainda contigo
Bendigo a casa da serra
Bendigo as horas fagueiras
Bendigo aquelas palmeiras
Queridas da tua terra

*******



Estou indo>>>>>>>mas eu volto<<<<<<<< ....um abraço!














segunda-feira, 18 de abril de 2011

LETRA das 7 CANÇÕES que MAMÃE mais CANTAVA - I I I

Ao menos, em minha época de estudante, no chamado curso primário, os mestres nos apresentavam um pouco da Literatuara Brasileira. Nos recitais, dentre outras poesias, "Meus Oito Anos",
de Casimiro de Abreu, era a mais declamada...

O "PASSEIO PÚBLICO" ("Praça dos Mártires") registrado nesta
foto do ano 1919, quando minha mãe tinha 11 anos.Era o
lugar mais aprazível, de Fortaleza, para os passeios com a
família. O mar, verde e bravio, à esquerda, soprava
 brisa suave. Na minha imaginação, uma dessas
crianças é  Maira José, minha mãe...
(Foto: "salva" da Wikipédia)

Para algumas poesias, costumava-se atribuir melodia, como foi o
caso de "Meus Oito Anos". A letra desse poema, portanto, será,
nesta sequência de 7, que venho publicando aqui, a canção de
número 3, que foi gravada no CD para do 1º Centenário
de Nascimento de  minha mãe. "Meus Oito Anos", musicado, é
uma das canções que "Dona Mazé" mais cantava....

Letra da canção 3

MEUS OITO ANOS

Letra: Casimiro de Abreu

Oh! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais

Que amor, que sonhos, que flores
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais

Como são belos os dias
Do despontar da existência
Respira a alma inocência
Como o perfume a flor

O mar é um lago sereno
O céu um manto azulado
O mundo um sonho dourado
A vida um hino de amor

Que aurora, que sol, que vida
Que noites de melodia
Naquela doce alegria
Nauele ingênuo folgar

O céu bordado de estrelas
A terra de aroma cheia
As ondas beijando a areia
E a areia beijando o mar

          *******

 Aos meus pares,
 NOTA:

- Neste 18 de abril,
  ao amanhecer,
  chego aos "meus"
  2 meses na "blog'sfera"...
  Antes da publicação desta
  postagem, foram 18, as matérias expostas aqui.

  Hoje, as 6 da matina, vejo que são 30, meus seguidores...
  Sou grata às pessoas que me visitam, "sentam-se"na
  Cadeirinha de Arruar e, gentilmente, escrevem suas
  mensagens...

  Pergunto:
- Seria eu supersticiosa, como meu avô materno, com relação
  ao nº 13, por ser ímpar, e não ser de boa sorte, na tradição??

  Respondo:
- Não, apenas observei a coincidência dos números pares,
  considerando um "ponto" inusitado, para salientar aqui, hoje.






Eu volto.........................FELIZ PÁSCOA!!!!


 

sábado, 16 de abril de 2011

LETRAS das 7 CANÇÕES que MAMÃE mais CANTAVA - I I

Antes de lhes mostrar a canção de nº 2, desta série de 7, quero
fazer a apresentação de Márcia Paiva, cantora e compositora. Foi a
Marcinha, dileta sobrinha, neta da Dona Mazé, que "deu vida"
ao CD  de comemoração ao 1º Centenário de Nascimento de minha
mãe. Hoje, 16 de abril, a Márcia aniversaria e eu quero fazer-lhe uma singela homenagem.
Aproveito, o ensejo, portanto, para divulgar o último CD que ela gravou, após ser selecionada no Edital de 2010, da Secretaria de


Neste exemplar, do CD autoral  "Do meu jeito" está
a dedicatória escrita para mim, no dia do lançamento,
no Centro Cultural Oboé da Aldeota, no dia 12/01/11


Cultura do Estado do Ceará - SECULT. São todas autorais, as 10 músicas gravadas, "traduzidas" ,singularmente, no título :"Do meu jeito".
Acredito que minha mãe "aprova" essa minha atitude, até porque a Marcinha, além de sua neta, era sua afilhada de batismo.
Feliz Aniversário, querida sobrinha, muito sucesso para para o seu cantar...


                                        *************

Concluida a homenagem à Marcinha, vamos à letra da canção 2,
"O Jangadeiro", que mamãe cantava, cantava, cantava e cantava....


Não há dúvida de que o jangadeiro foi a inspiração para a
canção  "O Jangadeiro". Pena, eu não saber o nome do autor...
A foto, foi "salva" da Wikipédia, desconheço, também, o autor...

Letra da canção 2

O JANGADEIRO

Era o meu lindo jangadeiro
De olhos da cor verde do mar
Como era lindo e traiçoeiro
Fingiu-me tanto o seu olhar

Ele passava o dia inteiro
Longe nas águas a pescar
Eu intranquila o seu veleiro
Lá no horizonte a procurar

Quando a tarde escurecia
Ouvia o sino a repicar
A badalar Ave-Maria
E uma vela sobre o Mar

Era o eu lindo jangadeiro
Em seu veleiro a regressar
E na praia o seu olhar primeiro
Buscava ancioso o meu olhar

Quando ditosa eu me sentia
Passava o dia a cantar
A ver se em breve escurecia
Hora feliz do seu voltar

Mas há na vida sempre um dia
Dia de um sonho se acabar
E este foi em eu não via
O seu veleiro a regressar

Não mais eu vi o seu veleiro
Não mais o vi por sobre o mar
Seu olhar lindo e traiçoeiro
Não buscou mais o meu olhar

E numa tarde alvissareira
Ouvi o sino a repicar
Era o meu lindo jangadeiro
Que ia com outra se casar

                 *******


Já estou indo................mas eu volto, um abraço!




           

sexta-feira, 15 de abril de 2011

LETRAS das 7 CANÇÕES que MAMÃE mais CANTAVA - I

Amigos,
a partir de hoje, por 7 dias, estarei publicando, aqui, as
letras das "Canções Prediletas da Dona Mazé", gravadas pela Cantora e Compositora Márcia Paiva, sua neta, no CD que fez parte das comemorações do seu 1º Centenário de Nascimento.


Algumas canções, apresentam o nome do autor, outras, não... Há aquelas de domínio público; para outras, não encontramos referências sobre as autorias.

É importante dizer, que a letra e a melodia, de todas elas, eu
as tinha "guardadas" em minha memória. Escrevi as letras e "ensinei" as melodias à Marcinha, minha sobrinha...


Praça do Ferreira, no coração da Antiga Fortaleza...já houve bastante
modificação....mas foi esta, que "viu" a Maria José nascer...
Nota: salvei esta foto do google; atribuo crédito a êle,
visto desconhecer o nome do fotógrafo...




Ela "aprendeu" , muito bem, a melodia, e o CD das" Canções Prediletas da Dona Mazé" resultou, modéstia à parte, em um  primor...

LETRA DA CANÇÃO  1 :

A CASINHA DA COLINA

Você sabe de onde eu venho
De uma casinha que eu tenho
Fica perto de um pomar
É uma casa pequenina
Lá no alto da colina
Donde se ouve longe o mar

Entre as palmeiras bizarras
Cantam todas as cigarras
Sob o pôr do ouro Sol...
No beiral vê-se o horizonte
No jardim canta uma fonte
E na fonte um rouxinol

No jasmineiro tão branco
Tomba de leve no banco
A flor que ninguém colheu...
No canteiro há uma rosinha
No aprisco uma ovelhinha
Em casa meu cão e eu

Sobre a minha cabeceira
Minha Santa Padroeira
Que está sempre em seu altar...
Vela por mim se adormeço
Cuida de mim se adoeço
E me acorda devagar

Quando desço pela estrada
Vejo a casa abandonada
Sinto ao vê-la não sei quê...
Como é triste a Natureza
Anda em tudo uma tristeza
Com saudades de você

Mas se acaso anoitecer
Tudo pode acontecer
Que será de mim depois...
A casinha pequenina
Lá no alto da colina
Chega bem para nós dois

                    *******


Eu volto, com a letra da canção 2...................um abraço!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

"DONA MAZÉ" : DUAS DATAS DE ANIVERSÁRIO...

Éramos seis, os filhos da "Dona Mazé"... Meu pai, parentes e amigos, a chamavam sem o "Dona", este era usado pelos
de mais cerimônia, no costume de antigamente...
No registro do Cartório João de Deus, uns dos mais antigos de
Fortaleza, está apenas Maria José. Seus pais eram: João Batista
Bezerra de Menezes e Maria Carolina Bezerra de Menezes. Sua
mãe, era sobrinha de seu pai. Depois de crescida, ela passou

Encarte do CD, na voz da cantora/compositora Márcia Paiva,
neta da "Dona Mazé", constando 7 das canções prediletas da
homenageada, cujo 1º Centenário de nascimento ocorreu no dia
13 de abril de 2008, em Fortaleza-CE.




a registrar o  seu nome como Maria José Soares Bezerra de Menezes. Ao casar-se com meu pai, José Joaquim de Olveira Paiva, excluiu o Soares e o Menezes, acrescentando o Paiva.

Mamãe nos contava que nascera no dia 13 de abril de 1908.
Porém, seu pai acreditava que o úmero 13 não trazia sorte e
registrou-a como tendo nascido a 14.Tendo seu pai falecido
 quando ela tinha um ano e meio, ao chegar à idade da
"razão" , não sendo supersticiosa, passou a comemorar, o seu
aniversário, sempre no dia 13 de abril.

Na data do centenário de nascimento de "Dona Mazé", a famíla,
reunida,  comemorou em festa de intensa alegria. Mesmo que sua
boníssima alma já tivesse voado, como um lindo passarinho, em 1981. O lugar escolhido, foi o "salão de festas" do Solar do Benfica, onde moro. O programa foi simples: música ao vivo, na voz de sua neta Márcia Paiva, incluindo no repertório as "canções
prediletas da Dona Mazé"; um telão projetando fotos de momentos
de sua vida em famíla : "comes e bebes"; bolo com 100 velinhas;
distribuição do CD. Tudo bem planejado e cheio de amor...

CD - fora da capa - constando sete canções, das que mamãe mais
gostava de cantar em casa:  na cozinha, na sala,no banheiro....


Ao final, todos entoaram o tradicional "parabéns pra você", seguido de um, uníssono, "nós te amamos ,Vovó Mazé", gritado
pelos netos.

Hoje, é a data do aniversário "oficial" da minha mãe. A data que
ela nunca considerou: 14 de abril. Ontem, é que era o dia mais apropriado para esta postagem: 13 de abril. Este, era o dia  que ela considerou, até a sua alma voar, como um passarinho,em 05 de
julho de 1981.
Entanto, homenageei, ontem, minha terra mãe, Fortaleza, que completa anos, coincidentemente, no mesmo dia que a minha mãe
genética, "Dona Mazé".

Para justificar, minha filial atitude, uma mentirinha "piedosa":

- "Procedi assim, mamãe querida, para agradar, ao menos uma vez ,

Encarte, da contra-capa do CD, constando o nome das 7 canções
prediletas de "Dona Mazé"  e uma foto sua, 1 ano antes de sua
alma virar " passarinho "e voar...

ao vovô, que se foi tão cedo e não pode acompanhar o seu desenvolvimento físico e psicológico"...


Fico a me perguntar: será, que a minha mãe teria sido influenciada pelo pai, quanto ao nº 13, se a "viagem"  dele tivesse
ocorrido muitos anos depois???




Palavra empenhada:...........eu volto, um abraço!,

quarta-feira, 13 de abril de 2011

FORTALEZA, hoje é seu ANIVERSÁRIO, 285 anos : PARABÉNS!

Há uma semana, venho acompanhando, e lendo, as postagens relativas ao aniversário de Fortaleza, hoje comemorado.
O blog, Fortaleza em Fotos e Fatos, da minha "consogra" Fátima Garcia,vem postando excelentes matérias, desde a semana passada....... Vale, conferir!

Eu não havia pensado, até minutos atrás,em fazer uma homenagem, neste espaço, à amada cidade que me "viu" nascer
e crescer.....

Entretanto, a querida amiga Dalinha Catunda , dona dos blog's Catinho da Dalinha e do Cordel de Saia (este blog,
com Rosário Pinto) veio, de certa forma, me "cobrar" uma homenagem, em seu último comentário no blog Da Cadeirinha de Arruar...este, em que estamos.

Respondo à Dalinha : - Amo Fortaleza mas, como nos últimos
tempos ando triste, com os maus tratos que lhe andam fazendo
os administradores, minha homenagem, hoje, 13 de abril, seria apenas interna, dentro do meu amante coração.


Fortaleza, quando me "viu" nascer......"era um jogo de xadrez".....


Mas, "para não dizer que não falei de flores"....escrevo aqui, neste
seu Aniversário de 285 anos, Fortaleza Amada, aqueles já conhecidos versos, um tanto amargos, que lhe dediquei, ao revê-la, há algum tempo...


Furto d'alma

Não sinto mais, a intensa brisa litorânea
Mudou tanto, a minha Cidade
Cidade clara, com luz própia, feita o Sol
"Cidade que furta e lesa a alma da gente"
No dizer do amado pai

Cadê, a Lagoa do Tauape?
Cadê, o "puxa-puxa" da Tereza?
Cadê, o "cruzeta" na hora?
Cadê, a "chegadinha"musical,
regada, siplesmente, a triângulo?

Aterraram a lagoa, sem dó sem piedade
A Tereza, partiu para o infinito
O pregão do "cruzeta", foi-se embora
Só restou a "chegadinha", rareando na calçada

Era um jogo de xadrez, quando menina
Cresceu, perdeu a cor, a formosura, o pudor
Intumesceu desordenada, horizontal / verticalmente

Salvem a minha Fortaleza Amada
É minha súplica constante
É minha Prece de Amor




Estou indo, mas eu volto.....................apertado abraço!








sexta-feira, 8 de abril de 2011

CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR : 187 anos depois... - I

Nos bancos das escolas, nas quais estudei em Fortaleza,  não me recordo se algum professor trouxe, à tona, temas relacionados aos movimentos republicanos do Nordeste, tais como, a Revolução Pernambucana, em 1817, e a Confederação do Equador, em 1824.

A História do Brasil, nas décadas de 1950/60 era trazida pelos mestres à sala de aula, de maneira estanque: fatos,nomes e datas, em famigerados "pontos", copiados no quadro-negro, a giz branco, em bonitas e legíveis letras, é bem verdade, para depois serem "cobrados" nas arguições orais, nos exames escritos... Esses fatos, nomes e datas tinham que ser "decorados", para não  se "levar pau", para se " passar de ano"....Assim era... meus colegas contemporâneos que confirmem...ou neguem!

Quando conheci a Praça dos Mártires, ela já era apelidada de Passeio Público. Sobre mártires, conhecia bem poucos: JesúsCristo,  alguns santos da Igreja Católica e Tiradentes, o herói da Inconfidência Mineira... Do meu Ceará, nada! Hoje, os professores de História "contextualizam" os temas sobre as revoluções, de maneira democrática mas, parece, a garotada não se "liga" o bastante...
Com a palavra, meus colegas professores da Disciplina História do Brasil.

Os martirizados na praça, foram: Azevedo BOLÃO, Feliciano CARAPINIMA, Francisco IBIAPINA, Padre MORORÓ e Pessoa ANTA. A bibliografia sobre a Confederação do Equador é extensa, e já está espalhada, em profusão, pela internet.

Entanto, pouco se sabe das demais 43 pessoas, relacionadas como as "que mais se desenvolveram no malvado sistema republicano na capital da Província do Ceará", no dizer de João Brígido (1829-1921) o grande cronista/jornalista que  nasceu capixaba e logo virou cearense, até morrer, monarquista ferrenho,......quase centenário!
Na Antologia de João Brígido, organizada por Jader de Carvalho, à página 377, tem início a lista com 48 nomes dos bravos e revoltosos homens. 

Adolfo Bezerra de Menezes (Médico Espírita cearense), com sua
1ªesposa, Maria Cândida de Lacerda. Adolfo, era neto do
revolucionário Antônio Bezerra de Sousa e Menezes e
irmão, dentre outros, de Manoel Soares Bezerra de
Menezes. Manoel Soares, foi meu bisavô e trisavô materno.
Portanto, Antônio Bezezerra de Sousa e Menezes,
foi meu 4º e 5º avô materno.
(Fotografia do meu acervo particular)


O nome de nº 13, na citada lista, é Antônio Bezerra de Sousa e Menezes  onde, ao lado, se lê: "Ex-comandante de armas interino da República, preso em Itans, condenado à pena de morte, que  foi comutada na de degredo perpétuo para o  interior do Maranhão. Faleceu antes de seguir. Era homem de 70 anos, avô do ex-deputado Soares Bezerra e de Adolfo Bezerra".

O belissimo Passeio Público (oficialmente, Praça dos Mártires),
onde foram fuzilados nossos heróis republicanos.
Créditos para o artista/fotógrafo Rubens Craveiro

Agora conheço, relativamente bem, todo o enredo da luta dos bravos cearenses, que se juntaram a outros nordestinos, no esforço titânico de  criar a República do Equador, que separaria, do restante do Brasil, os Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Paraiba e Pernambuco.








Voltarei.....com mais República do Equador....forte abraço!






sexta-feira, 1 de abril de 2011

O PILÃO DA BISA : de um lado, PAÇOCA DE CHARQUE, do outro, CAFÉ DONZELO

Êle vem me acompanhando desde que o herdei, há 40 anos. Está velho, muito velho, tem por volta de um século e meio. Já "conviveu" , em casas da Família Paiva de quatro gerações: na da minha bisavó paterna, Maria Isabel de Paiva Oiliveira,na da minha avó, Rosa de Oliveira Paiva, na do meu pai, José Joaquim de Oliveira Paiva e na minha, Lúcia Maria Bezerra de Paiva Rodrigues (onde permanecerá,.... até quando,eu não sei).

Aí está, o VELHO PILÃO,  servindo à  Família Paiva
desde meados do século XIX...por quatro gerações...        

Em "sua" primeira casa, a da minha bisa, que ficava em um sítio na Praça do Colégio (hoje Praça Filgueiras de Melo), defronte  à
Rua 25 de Março, em Fortaleza, nosso "ilustre personagem" compunha um cenário bastante diverso ao de hoje, tendo, à sua volta, panelas e potes de barro, fogão à lenha e outros "luxos" do século XIX.
À cada mudança de lar, novos elementos iam  fazendo-lhe companhia.  Sempre tranquilo, adaptando-se muito bem, sem reclamar, sempre fiel aos seus  senhores.Talvez, ciente da sua longevidade.

O Pilão da Bisa, para mim, é uma escultura utilitária e afetiva. Cada uma de suas "bocas" tem uso diferente, bem assim, cada uma de suas "mãos":
uma das bocas é para pilar paçoca de charque (carne seca, jabá,   carne-do-ceará); a outra é para pilar café torrado. O grande "segredo" é não misturar as bocas....e nem as mãos!
É bem verdade que hoje, e há muito, já se faz paçoca moida e o café em pó há em fartura.....Mas, sinceramente, feitos à moda antiga, tanto a paçoca quanto o café donzelo (grãos virgens, torrados e moídos na hora), são inconfundíveis e incomparáveis, no sabor e no cheiro....

Hoje, o Pilão da Bisa é peça de decoração em minha casa, mas eu sei que, a qualquer momento, posso utilizá-lo da mesma forma de antes. Sabor e aroma também se pode sentir.... sonhando!   Às vezes, olho para o meu velho "companheiro" e sonho com o sabor da paçoca de charque e  o aroma do café donzelo....




Eu volto...................um forte abraço!